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O impasse, que envolve os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) local e o Sindicato dos Servidores de Caxias do Sul (Sindiserv), teve novos desdobramentos na Câmara Municipal, na tarde desta sexta-feira (08). Além das divergências quanto a reajuste salarial para a categoria, há discussões quanto à representação sindical da greve: se ficaria a cargo do Sindicato dos Médicos de Caxias ou do Sindiserv.
Na próxima semana, conforme previsão da categoria, a juíza do Fórum Municipal Maria Brutomesso deverá deferir se os médicos se enquadram, ou não, em categoria diferenciada daquela dos servidores municipais, na qual estão inseridos atualmente.
Em tom conciliatório, o presidente da Casa, Harty Moisés Paese, chamou, em separado, o representante do Sindicato dos Médicos, Marlonei dos Santos, e a diretoria do Sindicato dos Servidores. As reuniões distintas foram motivadas devido à recusa de Marlonei, de se reunir com o Sindiserv. A líder do governo, Geni Peteffi/PMDB, e o presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Renato Oliveira/PCdoB, também mediaram as conversas.
A categoria reivindica 60% de abono sobre o atual salário-base, de R$ 2,1 mil, sendo retroativo a abril deste ano. A prefeitura, porém, não aceita que a negociação seja realizada sem o aval do sindicato que representa os servidores municipais.
No encontro, o presidente do Sindiserv, João Dorlan, voltou a questionar a legitimidade do Sindicato dos Médicos para negociar o reajuste em âmbito municipal. Reiterou que a função compete ao Sindiserv. Argumentou, ainda, que os médicos são regidos pelo Estatuto do Servidor. Portanto, qualquer aumento deve ser aplicado, também, às demais categorias do quadro de servidores, asseverou.
Os parlamentares sugeriram aos médicos indicar um representante para a comissão do Executivo que analisa a reclassificação dos padrões dos cargos do funcionalismo. Marlonei, no entanto, não aceita a proposta. Alegou recusa da categoria, em negociar sob os mesmos padrões do serviço público.
A vereadora Geni demonstrou preocupação com o desfecho judicial. Garantiu que o Executivo não tem previsão no orçamento, para cobrir os reajustes. Em seguida, Renato Oliveira/PCdoB ressaltou que a população é quem mais sofre as consequências pela falta de agilidade nas negociações.