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MARISOL SANTOS: Marina Silva e o silêncio que não vamos fazer

Artigo da vereadora caxiense reflete sobre desrespeito com a ministra Marina Silva


Na última terça-feira, 27 de maio de 2025, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deixou uma sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado após o senador Plínio Valério (PSDB-AM), meu colega de partido, afirmar que "a mulher merece respeito, a ministra, não". Esse comentário, somado a uma declaração anterior do senador em março, quando disse ter vontade de "enforcá-la", evidencia a persistente violência política de gênero que mulheres enfrentam ao ocupar espaços de poder. A violência política de gênero não parou por ai: os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Marcos Rogério (PL-RO) seguiram na mesma linha.

Marina Silva, uma mulher negra, oriunda da região da Amazônia, com uma trajetória política admirável, simboliza a resistência e a superação. Seu caso não é isolado: a violência política de gênero — que inclui ofensas, ameaças e tentativas de silenciamento — segue sendo um obstáculo real à participação feminina na política.

Em Caxias do Sul, a realidade não é diferente. Em 2024, tive a honra de presidir a Câmara Municipal, tornando-me apenas a quarta mulher a ocupar esse cargo em 133 anos de história. Essa conquista é símbolo de avanços, mas também revela o longo caminho que ainda temos a percorrer para que mulheres sejam plenamente reconhecidas em espaços de poder.

A Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Caxias do Sul atua como ferramenta essencial no acolhimento e fortalecimento das mulheres, combatendo todas as formas de violência, inclusive a política. É um espaço institucional que precisa ser valorizado e ampliado, para que mais mulheres sintam-se encorajadas a participar da vida pública.

E não para por ai: estamos presenciando a atuação parlamentar da maior bancada feminina da história de Caxias do Sul, eleita para esta legislatura, o que reforça que estamos avançando. Mas cada episódio como o vivido por Marina Silva nos lembra que não podemos recuar. Precisamos transformar indignação em ação, garantindo respeito, igualdade e segurança para todas.

Por mais mulheres na política. Pelo fim da violência política de gênero. Por um parlamento de diálogo e respeito, por uma cidade e um país mais justos e igualitários.

Não nos calarão.

30/05/2025 - 11:48
Gabinete da vereadora Marisol Santos/PSDB
Câmara Municipal de Caxias do Sul

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