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Rafael Bueno participa de congresso que debate a saúde coletiva latino-americana

No pré-evento, entre ontem e hoje, presidente da Comissão de Saúde do Legislativo participou de atividades paralelas sobre saúde mental


O vereador Rafael Bueno, presidente da Comissão da Saúde do Legislativo caxiense, participa nesta semana do XVIII Congresso Latino-americano de Medicina Social e Saúde Coletiva, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), aberto oficialmente no começo da noite desta terça-feira (5/8). Desde ontem (4/8), o pedetista está participando das atividades do pré-congresso do evento, como debates sobre a saúde mental latino-americana, com representantes dos países trocando experiências e suas histórias.

"A reforma psiquiátrica no Brasil foi um tema muito comentado, e será aprofundado durante o congresso, porque segue sendo muito debatido e é de extrema importância para nosso futuro. Temos grandes desafios contemporâneos como as políticas relacionadas ao uso prejudicial de álcool, drogas e medicamentos em excesso, a insuficiente implantação de leitos psiquiátricos em hospitais e o incremento das internações em hospitais psiquiátricos no segmento de planos privados de saúde e pelo SUS", destacou Bueno.

O pedetista conversou com um dos maiores especialistas do assunto no país, o psiquiatra Paulo Amarante, que há anos pesquisa sobre o tema. Amarante entende que a reforma não é uma simples transformação do modelo assistencial, mas trata-se de uma modificação de mentalidades, de culturas, de referências científicas, de relações sociais, de formas de ver e estar no mundo. Durante as apresentações, foram mostradas as realidades vivenciadas durante os anos 1970 e 1980, quando o manicômio era a principal forma de tratamento para casos psiquiátricos, estimando-se que o país contava com cerca de 80 mil vagas em 350 hospitais do gênero. Apenas em Juquery (SP) e Juliano Moreira (RJ), eram entre 20 e 30 mil internos, quando começaram a surgir denúncias de maus tratos, vários tipos de violências, torturas e mortes. Vários documentários, com cenas reais, foram realizados no país.

"Vimos que na sequência vários agentes começaram a se organizar, como movimentos de trabalhadores em saúde mental e criação do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (1987)", afirmou Bueno, lembrando que um grande avanço ocorreu no início dos anos 1990, com o Projeto de Reforma à Luta Antimanicomial. "A partir daí, verificou-se a necessidade de ampliar o acesso à atenção psicossocial, garantir cuidado integral às pessoas com sofrimentos, assegurar o cuidado contínuo e articular serviços de saúde", comentou Bueno, citando a desmedicação, o diálogo aberto, grupos de autoajuda e apoio, solidariedade e vínculos, por exemplo. 

Apoio ao povo indígena

Bueno destacou também uma importante palestra com José Urutau Guajajara, um dos grandes líderes no movimento pelos direitos indígenas na cidade do Rio de Janeiro. Criado na Aldeia Guajajara, no Maranhão, ele veio para o Rio ainda jovem para estudar e trabalhar. Em 2006, ele participou do grupo de indígenas de várias etnias que fundou a Aldeia Maracanã no prédio abandonado do antigo Museu do Índio, ao lado do Estádio do Maracanã. Ele citou o descaso dos governos com a situação dos indígenas. Sem energia elétrica, água encanada e saneamento básico, a única aldeia indígena da cidade do Rio se mantém com doações e com a renda dos trabalhos artesanais feitos pela própria comunidade.

"A saúde mental dos povos indígenas também foi muito comentada e analisada no pré-congresso, porque é um tema que ainda é um tabu. Porque existe, sim, alto índices de drogadição, alcoolismo e suicídio na população indígena", enfatizou Bueno.

Saiba mais

Nos dias 4 e 5 de agosto, o pré-Congresso ocupou a UERJ com mais de 70 atividades de acesso livre, incluindo oficinas, encontros interterritoriais, rodas de saberes e produções artísticas. Com isso, o evento antecipa o que pretende ser: uma ocupação coletiva da universidade pela saúde, pela ciência crítica e pela imaginação política latino-americana.

05/08/2025 - 15:24
Gabinete do Vereador Rafael Bueno
Câmara Municipal de Caxias do Sul

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