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Frente Parlamentar do Legislativo intensifica a luta pela conscientização da saúde mental materna

A audiência pública da noite desta terça-feira também reforçou o convite para a Caminhada do Maio Furta-Cor


A luta pela conscientização sobre a saúde mental materna ganhou ênfase em audiência pública da Câmara Municipal de Caxias do Sul, realizada na noite desta terça-feira (06/05), no plenário da Casa. A atividade também reforçou o convite para a Caminhada do Maio Furta-Cor, cuja concentração começará às 9h do próximo sábado, junto ao Largo da Prefeitura. Outras informações da mobilização estão no perfil de Instagram @ondafurtacorcaxiasdosul. A condução da reunião de hoje coube às vereadoras Estela Balardin/PT, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental, e Rose Frigeri/PT, procuradora especial da Mulher no Legislativo.

O presidente do Parlamento caxiense, vereador Lucas Caregnato/PT, lembrou ser recente a aplicação da licença-maternidade entre as vereadoras. Contou que a primeira a fazer o uso do direito foi a ex-vereadora e hoje deputada federal Denise Pessôa/PT. Depois, a vereadora Daiane Mello/PL o exerceu. “O universo da política ainda é machista e não reconhece o tema da saúde mental. Na década de 1980, por exemplo, não havia banheiro feminino no Congresso Nacional. Os homens precisam se agregar a esse debate”, alertou.

A presidente da frente parlamentar lamentou o fato de a temática ainda ser encarada como tabu. “É cultural esperar que as mães só sintam felicidade na gestação e no puerpério (período pós-parto). Só que as mudanças no contexto de vida podem acarretar doenças mentais, algo que precisa ser visto com atenção e cuidado. A responsabilidade cabe a toda a sociedade, e não só às próprias mulheres”, ponderou a vereadora Estela.

Autora da lei municipal 8.929/2023, que instituiu o Maio Furta-Cor, dedicado a ações de conscientização, incentivo ao cuidado e promoção da saúde mental materna, a procuradora especial comentou que as dificuldades são recorrentes em muitas famílias. “Quando promovemos rodas de conversa, é verificado o quanto o assunto está vivo no cotidiano, embora nem sempre falado. O estímulo ao debate pode ajudar na derrubada de preconceitos”, observou a vereadora Rose.

A vereadora Andressa Marques/PCdoB comunicou que, para a próxima quinta-feira, está prevista uma ação nacional chamada de protocolaço. Informou que, pelo país, parlamentares apresentarão projetos voltados à valorização de mães e trabalhadoras. Atentou que, mesmo com a maior bancada feminina em mais de 130 anos de história, a Câmara conta apenas com duas mães entre as sete parlamentares.

Quanto ao último ponto, Andressa reiterou que mulheres que são mães enfrentam muitas barreiras para o acesso às instâncias de poder. “Cabe aos homens também se mobilizarem nessa pauta, incluindo a licença-paternidade, de modo a estimular a participação dos pais no período pós-parto. Temos que combater esse problema social”, ressaltou.

Como representante da mobilização local do Maio Furta-Cor 2025, Eloísa Macedo Jesus pediu atenção ao que chamou de romper com um romantismo do Dia das Mães. Ela quer que a sociedade perceba as dores e os sentimentos contraditórios da gestação, do parto e do puerpério. “Por vezes, haverá amor, felicidade, exaustão, culpa, medo, entre outras misturas de sensações”, afirmou.

Eloísa lastimou que o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponha de um protocolo nacional de rastreio para a depressão pós-parto. Enfatizou não haver triagens obrigatórias e nem um cuidado sistematizado. Trouxe dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), pelos quais uma em cada faixa de quatro mulheres, no Brasil, sofre depressão pós-parto. Indicam que, em diversos países, o suicídio materno é a principal causa de morte durante o primeiro ano de vida do bebê, ficando à frente de hemorragias e outras complicações obstétricas.

Entre outras participantes, Luciane Battassini, que é ginecologista e representante da Diretora de Saúde da Mulher, ressaltou que os primeiros sinais de problemas com saúde mental já acontecem durante a gestação, ao mesmo tempo em que a parturiente costuma ter vergonha de manifestar o mal-estar. Fundadora da Associação TEAJuntos de Caxias do Sul, Jussara Cavalcante solicitou amparo humanizado a quem passa por abortos espontâneos. Psicóloga da Rede de Atenção Psicossocial do município, Elenise Knaack defendeu a prevenção por meio de acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Além de Estela, integram a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental os vereadores Andressa Marques/PCdoB, Calebe Garbin/PP, Daiane Mello/PL, Edson da Rosa/Republicanos, Juliano Valim/PSD, Marisol Santos/PSDB, Rose Frigeri/PT e Tenente Cristiano Becker/PRD. Fazem parte da PEM todas as sete vereadoras da XIX Legislatura (2025-2028), incluindo, além de Rose e Estela, Andressa Mallmann/PDT, Andressa Marques/PCdoB, Daiane Mello/PL, Marisol Santos/PSDB e Sandra Bonetto/NOVO.

06/05/2025 - 23:06
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Fábio Rausch - MTE 13.707

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