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No dia 12 de maio de 2025, o Vereador Capitão Ramon recebeu em seu gabinete o poeta J.R Aragano, que presenteou a autoridade com uma emocionante poesia dedicada aos 150 anos da colonização italiana em Caxias do Sul. A obra literária resgata com sensibilidade e força os caminhos trilhados pelos primeiros imigrantes, exaltando o legado de coragem, fé e trabalho que moldou a identidade da cidade.
A Saga da colonização italiana em Caxias do Sul
Vieram do velho continente
E assim iniciaram a sua trajetória,
Lá da distante Itália
Para fazerem a sua história.
Atravessaram o oceano de navios
Em terras brasileiras aportaram,
Não tinham tempo para ter medo
E aqui eles chegaram.
Chegaram ao sul do Brasil
Com sacrifício, fome e coragem,
Abriram picadas e fizeram caminhos
Para seguirem a sua viagem.
Entraram rio grande adentro
Enfrentando os rigores e o perigo,
Não desanimaram sempre enfrente
A coragem foi seu abrigo.
As ferramentas eram poucas
E com braço forte de imigrante,
Foram vencendo as distâncias
Com força e bravura de um gigante.
Rosto ardido pelo calor e frio
O corpo enrijecido pela dura lida, Mãos calejadas pelo trabalho
E o sofrimento pela comida.
As lágrimas e o suor regaram a terra
Para germinar a semente,
Esperavam uma colheita de fartura
Para alimentar a esperança desta gente.
Depois do pão sobre a mesa
O presente já estava seguro, Famílias e famílias unidas
Já olhavam firme para o futuro.
Com a bíblia nas mãos
Alimentando a esperança e fé,
O corpo sofre e cansa
Mas a alma continua forte e em pé.
Nestas escarpas da serra
O canto do imigrante ecoava,
Dias após dias o sonho do colono Sobre esta terra já caminhava.
Dos campos dos bugres
Hoje, Caxias do sul pujante,
Suor de homens e mulheres
Construíram uma cidade forte e aconchegante.
Das quedas d'águas fizeram moinhos
E nas ferrarias nascia o progresso,
Era um salto para o futuro,
Futuro de grande sucesso.
O sonho do imigrante
Foi semeado por estas terras,
Floresceu vilas e cidades
Entre os vales e as serras.
Os primeiros parreirais da uva Isabel
Os cachos maduros com doçura, Família unida na colheita
Dia de festa e fartura.
A araucária foi abrigo e alimento
E matéria prima para a colonização, Hoje esta vigiada e protegida
Só se consome o pinhão.
Abriram caminhos para um novo transporte
Era o trem que chegava nesta região,
Seu apito ecoava nos altos da serra
Transportando o colono e sua produção.
Em volta do fogão campeiro
Produziram a culinária artesanal,
Depois forjaram o ferro e o aço
Fazendo um grande parque industrial.
Alicerçado neste chão a saga continua
O colono e o gaúcho fizeram um novo brasão,
Ao ritmo da milonga e o Vanerão, valsas e tarantelas
A polenta e o capeletti, o churrasco e o chimarrão.
Foi com o machado, enxada e o arado
A intrepidez do colono mudou este cenário ,
Tudo começou em 20 de maio de 1875
Hoje 20 de maio de 2025 é o seu sesquicentenário.
Hoje a festa da uva é um exemplo
De luta superação e história,
Estes homens e estas mulheres
Estão aqui para contarem a sua trajetória.
J.R Aragano 08/02/2024