Durante pronunciamento no Grande Expediente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, na manhã desta quarta-feira (14), a vereadora Daiane Mello (PL) cobrou do Executivo Municipal a efetivação do Núcleo de Apoio aos Profissionais da Educação (NAPE) — projeto anunciado ainda na campanha de reeleição do prefeito Adiló Didomenico, mas que nunca saiu do papel.

O projeto foi protocolado às pressas, no dia 23 de outubro de 2024, pouco antes do debate entre os candidatos Adiló e Maurício Scalco, no segundo turno das eleições. Às 18h30, Adiló registrou a proposta e, minutos depois, utilizou o tema durante o debate transmitido ao vivo pela Câmara. Quando Scalco afirmou desconhecer o NAPE, Adiló ironizou o adversário, gerando um meme utilizado por sua equipe de campanha.

Sete meses após o episódio, Daiane Mello revelou que o projeto sequer foi implementado. A denúncia chegou ao gabinete da vereadora através de professores da rede. Após diligências junto à Secretaria Municipal da Saúde e ao setor de Recursos Humanos da Prefeitura, a informação foi confirmada: não existe nenhuma estrutura ou iniciativa formal do NAPE em funcionamento. Qualquer atendimento relacionado à saúde mental de professores, segundo os servidores, segue os mesmos trâmites dos demais casos no RH da Prefeitura.

“É revoltante ver um tema tão sério usado como ferramenta de marketing político. Não se trata de ideologia ou oposição. Estamos falando de saúde mental e segurança de quem educa nossas crianças e jovens”, afirmou Daiane durante o discurso.
A vereadora lembrou o caso de violência ocorrido na Escola João De Zorzi, onde uma professora foi ferida com uma faca por um aluno. Segundo ela, episódios como esse evidenciam a urgência de políticas públicas efetivas voltadas à saúde emocional e proteção dos profissionais da educação.

Além do NAPE, Daiane denunciou o não cumprimento de outras promessas de campanha do atual prefeito, como os projetos Cinede, Cemape, a criação do Parque de Proteção Animal e o Castramóvel. Para a parlamentar, essas ações reforçam o uso eleitoreiro de propostas sem compromisso com a execução real.