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Os parlamentares caxienses, em sua maioria (11X7), são favoráveis à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL- RS), para investigar falhas no serviço público concedido de distribuição de energia elétrica no Estado. Uma moção (2/2024) de apoio à criação dessa CPI foi acolhida na sessão ordinária desta quinta-feira (29/02) e cópias do documento serão remetidas à presidência da AL-RS e a todos os deputados e deputadas estaduais.
Assinam o texto os parlamentares Rose Frigeri/PT, Alberto Meneguzzi/PSB, Estela Balardin/PT, Gilfredo De Camillis/PSB, Zé Dambrós/PSB, Lucas Caregnato/PT, Rafael Bueno/PDT e Renato Oliveira/PCdoB. Eles buscam sensibilizar os deputados de que é preciso investigar as responsabilidades das concessionárias de energia elétrica CEEE Equatorial e Rio Grande Energia (RGE) diante das falhas na prestação de serviço público, principalmente em situação de emergência climática que ocorreram nos últimos três anos. No entendimento dos vereadores, a geração e a distribuição de energia elétrica são serviços concedidos pelo poder público e essenciais à sociedade.
“Eventuais falhas no fornecimento de energia elétrica podem levar não apenas a prejuízos materiais, como o perecimento de alimentos e prejuízos em estabelecimentos comerciais, mas também a situações extremas onde a vida de pacientes em instituições de saúde pode ser colocada em risco por falta de atendimento. A ausência de energia elétrica por longos períodos, especialmente em situações de chuvas intensas no Estado, também pode levar à falta de água e prejudicar as comunicações, aumentando os prejuízos econômicos e os riscos à saúde e à segurança dos cidadãos gaúchos”, pontuam os vereadores.
Com base nos recentes acontecimentos, eles relatam que a CEEE Equatorial tornou-se alvo de uma ação movida pelo Ministério Público Estadual, a qual busca indenizações e multas que totalizam ao menos R$ 200 milhões e foi fundamentada em 14 inquéritos que investigam a conduta da distribuidora. Segundo os parlamentares caxienses, em um extenso documento de 2.315 páginas, os promotores descrevem um cenário alarmante nas comunidades mais necessitadas do interior.
“Os relatos incluem localidades que passam até 20 dias sem energia, prejuízos sofridos por pequenas e médias empresas e a precariedade dos serviços oferecidos. Nos últimos dois anos, mais de 20 audiências públicas foram realizadas, com a participação da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), para discutir os problemas no fornecimento de energia. Grande parte das questões relacionadas ao atendimento da CEEE Equatorial é atribuída à redução das equipes e à falta de qualificação profissional dos trabalhadores terceirizados”, escrevem os parlamentares.
De acordo com eles, logo após assumir a concessão, a CEEE Equatorial implementou um programa de demissão voluntária que afetou 998 funcionários. Com mais de 50 desligamentos subsequentes, a empresa teria reduzido seu quadro de pessoal em 52,4%. Ainda conforme os autores da moção, atualmente, a CEEE Equatorial ocupa a última posição do ranking de eficiência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Sobre a RGE Energia, os legisladores destacam que atende 381 municípios no Estado, incluindo Caxias do Sul, e resulta da fusão das concessionárias RGE e RGE Sul (anteriormente denominada AES Sul), ocorrida em janeiro de 2019. “Embora a companhia (mesmo que sob as denominações anteriores) seja concessionária dos serviços de distribuição de energia elétrica há mais de 26 anos, a RGE também tem sido criticada pela qualidade de seus serviços, classificando-se em 19º lugar no atual ranking da Aneel, que analisa a prestação dos serviços”, mencionam os vereadores.
Durante a votação da moção, as parlamentares Estela Balardin/PT e Rose Frigeri/PT, que subscrevem o documento, listaram dificuldades pelas quais a população passa quando falta luz, como perda de alimentos e até mesmo de medicação. Rose Frigeri também questionou a demora de ligação de energia elétrica por parte da RGE em duas escolas da cidade. Já o vereador Maurício Scalco/PL se colocou contrário à moção por entender que o PT estaria querendo transformar o assunto em palanque político por meio de uma CPI. Também mencionou que o MP estaria dando os encaminhamentos necessários em torno do assunto.
DELIBERAÇÃO SOBRE MOÇÃO nº 2/2024
Vereador - Partido - Voto
ADRIANO BRESSAN PRD Presente
ALBERTO MENEGUZZI PSB Sim
ALEXANDRE BORTOLUZ PP Não
CLOVIS DE OLIVEIRA PRD Sim
ELISANDRO FIUZA REPUB Não
ESTELA BALARDIN PT Sim
FELIPE GREMELMAIER MDB Sim
GILFREDO DE CAMILLIS PSB Sim
GLADIS FRIZZO MDB Não
JOSÉ PASCUAL DAMBRÓS PSB Sim
JULIANO VALIM PSD Sim
LUCAS CAREGNATO PT Ausente
LUCAS DIEL PDT Sim
MARISOL SANTOS PSDB Não Votou
MAURÍCIO SCALCO PL Não
OLMIR CADORE PSDB Não
RAFAEL BUENO PDT Ausente
RENATO JOSÉ FERREIRA DE OLIVEIRA PCdoB Sim
RICARDO ZANCHIN NOVO Não
ROSELAINE FRIGERI PT Sim
SANDRO FANTINEL PL Não
TATIANE FRIZZO PSDB Sim
VELOCINO JOÃO UEZ PRD Não Votou