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Líder da bancada do PDT em Caxias do Sul, o vereador Rafael Bueno utilizou a tribuna do Legislativo nesta quarta-feira (24/7) para repercutir a decisão da Justiça de determinar que a prefeitura zere a fila de espera para atendimentos de neuropediatria pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de reportagem publicada na edição de hoje do Jornal Pioneiro. Segundo informações referentes ao mês de junho, são 2.781 famílias que aguardam por consulta. Segundo a Defensoria Pública do Estado (DPE), autora da solicitação, o Judiciário mandou o município entrar em contato com todas famílias em até três meses para atualizar a lista e atender a demanda em seis meses no máximo. Se for descumprida a medida, há previsão de multa de R$ 100 mil por dia, com limite de valor global de R$ 1,5 milhão. Diversas famílias têm procurado o órgão para relatar a dificuldade em conseguir consulta com um neurologista pediátrico. O município contava com apenas dois neuropediatras, com uma carga horária de 12 horas semanais cada um.
"Há um desmonte da saúde pública em Caxias do Sul desde 2018. Perdemos mais de 150 médicos do SUS, não apenas das UBSs, mas também do CES. Na questão da neuropediatria, é muito preocupante. A saúde mental das pessoas é um tema muitíssimo delicado e os governos precisam se atentar a isso. Essa situação começa desde quando crianças, porque tem avançado na sociedade. Não quero culpar o prefeito em razão disso, mas o tema precisa de atenção, porque não envolve apenas crianças e adolescentes, mas praticamente todos do núcleo familiar", destacou Bueno.
Para o vereador, mesmo que município faça "mutirões" para minimizar a situação, não será o suficiente.
"A saúde mental não pode ser tratada desta forma. Temos que tratar esse problema com olhar de lupa, porque outras doenças podem estar associadas", comentou. "Estamos jogando crianças com algum tipo de problema delicado para dentro das escolas. E como ficarão na vida adulta? Temos que pensar nas nossas crianças, são vidas, com histórias diferentes e que precisam ser relevadas."
O pedetista ainda destacou que os pré-candidatos a prefeito devem tratar esse tema com muito cuidado e convocar a sociedade para entrar nesse debate. Não apenas de crianças e adolescentes, mas as listas de espera como um todo.
"Que esse problema seja enfrentado de frente, porque é urgente, mesmo sabendo que é impossível zerar essa fila. Se nossas crianças não forem cuidadas agora, serão tratadas à base de remédios por sabe-se lá quanto tempo. É melhor zelar do que chorar depois."