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O representante da Associação Juvenil Esperança (AJE), Paulo José Caselani, discursou a respeito da trajetória da AJE, uma instituição que marcou a formação de jovens em Caxias do Sul. A associação, que completou 62 anos na semana passada, teve a sua concepção no final da década de 1950, iniciando suas atividades a partir de um grupo de Coroinhas da Igreja Imaculada Conceição dos Freis Capuchinhos, no Bairro Rio Branco. A manifestação aconteceu no chamado espaço do acordo de lideranças das bancadas partidárias da Casa, no início da sessão ordinária desta quarta-feira (21/08).
Fundada em 15 de agosto de 1962, a associação rapidamente se tornou um ponto de encontro para jovens do bairro. O antigo salão paroquial de madeira, que servia como sede, também era compartilhado com o Ginásio Comercial Santo Antônio, o que simboliza o espírito comunitário da época. A instituição buscava não apenas servir à comunidade religiosa, mas também criar um espaço de lazer saudável e incentivo aos estudos e à vida profissional.
Paulo sublinhou que a instituição oferecia muito mais do que apenas atividades esportivas. O salão paroquial abrigava mesas de pingue-pongue, jogos de cartas e uma biblioteca, servindo como um refúgio seguro e educativo para os jovens. "O interesse dos jovens naquela época era ser coroinha, participar de passeios e jogar futebol. A televisão, os computadores e os celulares ainda estavam longe de influenciar a juventude", relembrou Caselani.
Já na década de setenta, com a deterioração da sede original, a comunidade se uniu para a construção de uma nova sede em alvenaria, incluindo duas canchas de futsal com iluminação para jogos noturnos. A iniciativa foi financiada por contribuições mensais modestas e doações de empresas locais, com destaque para a Metalúrgica Abramo Eberle, que na época era a mais reconhecida.
Caselani destacou que a associação organizava excursões, participações em congressos e cursos de liderança, formando o caráter e a personalidade de mais de 200 jovens ao longo dos anos. Contudo, em 1982, as atividades da AJE foram encerradas, com muitos dos seus membros já formados em universidades e construindo suas famílias.
Caselani destacou que o legado da AJE permanece vivo. No último sábado (17/08) antigos membros da instituição lançaram o projeto "AJE Vive", com o objetivo de compartilhar as experiências e os valores aprendidos na associação com novas gerações e pessoas de todo o mundo. "A AJE sempre viveu nos corações de quem passou por lá. As amizades continuam, e nada mais importante do que compartilhar essas amizades e os ensinamentos daquele tempo", disse.