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Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (26/02), a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Samanta Nascimento, ocupou o espaço da Tribuna Livre. Na oportunidade, ela ecoou as principais demandas do setor da saúde em Caxias, em especial a precariedade das unidades básicas de saúde (UBSs), e solicitou aos vereadores o apoio do Legislativo para que os problemas sejam sanados.
Para Samanta, a dificuldade em acessar tratamentos básicos e preventivos nas UBSs tem sido uma preocupação constante. Ela ressalta que, além do tempo prolongado de espera para o atendimento e da carência de profissionais em diversas especialidades, a demora no acesso a cuidados médicos pode fazer com que problemas de saúde simples evoluam para quadros mais graves. Segundo ela, essa situação não apenas compromete o bem-estar dos pacientes, mas também sobrecarrega ainda mais o sistema de saúde, este que já vem enfrentando problemas com o calor excessivo; ela ainda cita que há casos de UBSs sem bebedouro. Samanta também apontou que a sobrecarga das UBSs acaba também atrasando os serviços de atendimento das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Samanta ressaltou a necessidade de uma iniciativa conjunta entre os Executivos municipal e estadual para garantir que pacientes de outros municípios, que já receberam alta em Caxias do Sul, possam concluir seus tratamentos em suas cidades de origem. Essa medida ajudaria a liberar leitos e otimizar os recursos da rede hospitalar local. Atualmente, segundo Samanta, os hospitais caxienses atendem aproximadamente 48 municípios da região.
Nos apartes dos vereadores, Estela Balardin/PT reforçou a importância de o município focar mais no atendimento básico. Hiago Morandi (PL) questionou como ocorre a comunicação entre o Conselho e o Executivo Municipal. Andressa Marques/PCdoB indagou se há um debate sobre a criação de um consórcio entre os municípios que utilizam os serviços de alta complexidade de Caxias do Sul. Rafael Bueno/PDT destacou que os usuários também precisam ser responsáveis e cumprir os horários agendados nas unidades de atendimento. Já Wagner Petrini/PSB, vice-líder do governo, afirmou que o Executivo está aberto a discussões com o Conselho Municipal de Saúde.
Em resposta, Samanta reconheceu a carência de vagas nas UBSs e destacou a implementação do sistema de agendamento centralizado no ano passado. No entanto, apontou que muitas pessoas que necessitam de atendimento imediato ainda enfrentam dificuldades devido à limitação de apenas 12 vagas diárias por unidade. Ela lembrou que a Câmara aprovou a contratação de uma empresa para fornecer médicos, mas o contrato expira no próximo mês, o que gera preocupação diante da chegada do inverno, período em que a demanda por atendimento tende a aumentar.
Sobre a comunicação com o Executivo, Samanta mencionou que, embora haja abertura, o Conselho nem sempre é incluído nas decisões como deveria. Ela enfatizou que muitas aprovações passam pelo Conselho, mas, em algumas situações, são feitas de forma apressada para evitar prejuízos à população. A presidente do Conselho também ressaltou que a relação com o novo secretário de saúde ainda está em fase de construção e que há uma reunião agendada para discutir futuras ações.
Em resposta à vereadora Andressa Marques, Samanta esclareceu que os municípios que utilizam os serviços de Caxias do Sul não arcam com despesas adicionais, o que sobrecarrega financeiramente o município. Ela reforçou a necessidade de o governo estadual intervir para garantir que Caxias do Sul receba os repasses adequados, uma vez que a cidade é referência em saúde para a região, mas não recebe os recursos proporcionais à demanda.
Por fim, Samanta ressaltou que o Conselho Municipal de Saúde realiza fiscalizações constantes nos hospitais e demais unidades de atendimento. Ela destacou que, apesar de não expor essas ações nas redes sociais, o Conselho está presente diariamente nos serviços de saúde para garantir o bom funcionamento do sistema.