Voltar para a tela anterior.
Na noite desta segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, o plenário Nadyr Rossetti, na Câmara Municipal de Caxias do Sul, sediou o evento de celebração dos 41 anos do Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos (CEPDH) e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A atividade reuniu autoridades, lideranças comunitárias e representantes de diversas instituições para discutir ações de proteção a crianças e adolescentes e o fortalecimento das políticas públicas na região oeste do município.
A mesa de abertura contou com a presença do secretário da Saúde, Rafael Bueno; do secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rudimar Menegotto; da vereadora Rose Frigeri (PT), integrante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara; do coordenador de Pastoral da Diocese, padre Leonardo Inácio Pereira; do professor Vanderlei Carbonara, representante da UCS; e de Marisa Formolo, representante do CEPDH.
Durante o encontro, foram apresentados dois projetos de destaque: o Observatório de Direitos Humanos Padre Roque Grazziotin e o Projeto Hortas Comunitárias, ambos direcionados ao desenvolvimento social e à promoção da segurança alimentar. Abrindo a mesa de trabalhos, o padre Gilnei Fronza trouxe reflexões sobre os 77 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, celebrados em 10 de dezembro. “O Papa Francisco dizia que falta consciência de um futuro partilhado, o que atrasa o avanço da humanidade. O que são os direitos humanos senão o consenso da humanidade?”, afirmou.
A coordenadora do Centro de Estudos, Pesquisa e Direitos Humanos Padre Roque Grazziotin, Marisa Formolo, relembrou a trajetória da entidade. “Estamos aqui porque acreditamos que o mundo pode ser melhor. O Centro nasceu em plena ditadura. Tive vários professores exilados e, para não sermos presos, a Igreja foi nossa instância protetora. Hoje, 41 anos depois, enfrentamos outra grande questão social: o número crescente de pessoas sem trabalho”, contextualizou.
O Observatório de Direitos Humanos foi detalhado pela professora Ana Maria Paim Camardelo, que destacou a parceria entre a Universidade de Caxias do Sul e o CEPDH. Segundo ela, o projeto busca fortalecer a proteção de crianças e adolescentes. “Começamos com crianças e adolescentes da região oeste da cidade. Gosto de apresentar o observatório como um lugar que transforma dor em informação. Não adianta produzir diagnósticos que fiquem apenas na academia; é preciso transformar isso em ações concretas”, ressaltou.
O Projeto Hortas Comunitárias foi apresentado pela coordenadora do curso de Agronomia da UCS, Luciane Rota. “Nosso objetivo principal é criar espaços de cultivo sustentável, espaços de vivência e convivência. Não há como falar de direitos humanos sem falar de agricultura”, destacou.
Após as apresentações, lideranças de conselhos tiveram espaço para relatar experiências, fazer perguntas e sugerir novas iniciativas. O evento também encaminhou a realização de futuras reuniões nos bairros, com o objetivo de dar continuidade aos projetos e ampliar seu alcance na comunidade.