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A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança promoveu Audiência nesta quarta-feira (17) para tratar de reclamações que indicam violência da Brigada em abordagens à comunidade. Foram trazidas à discussão duas denúncias. Uma delas diz respeito a moradores do bairro Jardim América, que teriam sido vítimas de abordagens agressivas da Brigada Militar. A outra denúncia trata de um agente penitenciário, agredido por Policiais Militares nos pavilhões da Festa da Uva, no último dia 5.
Segundo o agente penitenciário, suposta vítima das agressões, ao averiguar uma tentativa de assalto a seu irmão, durante um dos shows da Festa da Uva, foi abordado por brigadianos. Disse que, mesmo ao tentar se apresentar como agente penitenciário, foi derrubado, imobilizado e agredido, física e verbalmente pelos policiais.
Lúcia da Silva Klipel, presidente do bairro Jardim América, expos que, no dia 08 de janeiro, policiais estiveram no bairro com o pretexto de localizar o responsável por ter atirado pedras numa viatura. Ainda segundo Lúcia, agressões físicas e verbais foram feitas contra moradores, ela própria foi vítima de xingamentos. Salientou que os nomes dos policiais não estavam identificados nas fardas.
Foi impossível argumentar com os policiais, fomos vítimas de humilhações e agressões físicas. Até um toque de recolher foi feito para os moradores.
Ainda, um morador do Jardim América relatou que seu neto, de 10 anos, também teria sofrido agressões físicas de policiais.
O Tenente-coronel Julio César Marobin justificou as denúncias. Segundo o Tenente, o agente apresentava sintomas de embriaguez. Além disso, o irmão estaria usando o crachá de identificação de agente penitenciário, indevidamente. Ter porte de arma não pressupõe o uso de uma num local público, com mais de 20 mil pessoas. Além disso, as denúncias que chegam a nós são apuradas. Poderíamos desdobrar a discussão desse tipo de assunto internamente, na corporação.
Sobre a ação ocorrida no Jardim América, a Brigada foi até o bairro em busca de delinquentes que haviam atirado pedras numa das viaturas. A partir disso, criou-se um clima de tensão com a comunidade.
Salientou que a brigada costuma ser hostilizada em ações nos bairros. É preciso usar a supremacia da polícia para estabelecer a ordem.
O agente penitenciário rebateu Marobin, argumentando que, em nenhum momento, foi submetido a testes de embriaguez ou exame de corpo de delito.
Para a Vereadora Ana Corso/PT, a versão da Brigada perante esse tipo de denúncia segue o mesmo padrão. Policiais sempre são as vítimas da hostilidade da população, assim, esse tipo de abordagem se justifica. Trataram um agente penitenciário, um colega da segurança pública, como um marginal. Esse é o tipo de discussão que não pode se limitar às corporações. A Comissão de Direitos Humanos precisa participar, não podemos aceitar mais esse tipo de conduta por parte de alguns policiais.
Para o presidente da Comissão, Renato Nunes/PRB, a intenção da Audiência foi ouvir a aproximar ambas as partes. Ainda, foram solicitadas à Brigada cópias dos inquéritos em andamento, para que a Comissão possa acompanhar o desdobramento das denúncias. A Comissão nunca foi contra a instituição Brigada Militar. Nosso desejo é punir os elementos que não honram a farda, que tratam a população com truculência.
Vereadores que compõem a Comissão: Ana Corso/PT, Daniel Guerra/PSDB, Renato Oliveira/PCdoB, Mauro Pereira/PMDB e o Presidente, Renato Nunes/PRB.